É assim o relato da grande maioria das mulheres que tiveram seus filhos em hospitais, no sistema tradicional (e péssimo) de assistência. Seja no parto normal ou na cirurgia cesariana, os bebês nascem, às vezes são mostrados rapidamente para as mães, e são levados para os tais “primeiros cuidados” antes de voltarem, enrolados em panos, para suas mães. E depois dessa rápida apresentação mãe e bebê são novamente separados, eles vão para o berçário ficar em “observação” enquanto a família observa e tira fotos através do vidro.
Essa rotina é encarada pela grande maioria das pessoas como algo “normal”. Muitas nem se dão conta do choque que é para um bebê que acaba de sair de dentro do útero ser separado da sua mãe e passar por milhões de procedimentos. Aliás, a grande maioria das mulheres nem sabe que esses procedimentos existem! (quando a minha filha nasceu, eu não fazia ideia de nada disso). Além disso, a família não é informada de nada do que é feito com o RN e da necessidade dos procedimentos. Como aquilo tudo é feito em todos os nascimentos as pessoas acabam achando que é “necessário”, visto até mesmo como um “cuidado”. Algumas mulheres passam a vida sem ao menos saber que enquanto ela aguardava o bebê ser “limpo e aquecido” ele passava na verdade por vários procedimentos.
Não é raro escutar uma mulher
dizer “meu filho ficou o tempo inteiro comigo, não fomos separados!” e aí você
pergunta “ué, nasceu e foi para o seu colo? não entregaram ao pediatra? não foi
para o berçário?” e a pessoa responde “ah, sim…mas depois desses primeiros
cuidados ficamos o tempo todo juntos”.
Afinal, que ” cuidados” são
esses? o que é feito com o RN logo após o nascimento? Esses procedimentos são
mesmo necessários?
A verdade é que a grande maioria
dos recém-nascidos necessita de pouco mais que vias aéreas livres e calor
adequado para suportar os primeiros minutos de adaptação à vida extra-uterina.
O sucesso da evolução humana e a taxa de sobrevivência excepcionalmente alta
dos bebês humanos comprovam isso. Portanto, exceto se houver problemas
específicos que exijam alguma atenção imediata, os bebês ao nascer devem ser
colocados junto à mãe.
Apesar das evidências
demonstrarem a “não-necessidade” dessas intervenções, a maioria dos pediatras
segue o protocolo dos hospitais. Protocolos ultrapassados, que realizam
intervenções de rotina nos recém-nascidos (assim como nas gestantes) e os
tratam todos iguais, independente de necessitarem ou não de cuidados e sem respeitar nem um pouquinho as
individualidades do momento único do nascimento e a transição do bebê do
ambiente intra-uterino para o extra-uterino.
Por isso, é preciso se informar a
respeito de tudo, buscando informações baseadas em evidências científicas
atualizadas para poder negociar com o pediatra ANTES DO PARTO, o que ela deseja
e o que não deseja de intervenções em seu bebê. É importante marcar uma
consulta com o pediatra que irá acompanhar o parto para resolver todas essas
questões. Eu, por exemplo, não fazia ideia de que essas intervenções existiam.
Quando vi as fotos do meu bebê passando por tanta coisa eu perguntei “porque
fizeram isso? Ele estava mal? E o pai (que foi quem acompanhou tudo e tirou
fotos) me respondeu “não, o pediatra disse que tinha que fazer isso sempre, é
rotina! Para ajudar a respirar, limpar... sei lá! Eu não conheci o pediatra com
antecedência, eu não sabia nem o nome dele. Então, fica a minha dica. Conheçam
as intervenções, conheçam o pediatra, marquem consulta, perguntem, troque de
pediatra caso seja necessário. Isso é um direito. O parto é seu, o bebê é seu!
Então, para começar é preciso
conhecer as intervenções, né? Vamos a elas. Vou explicar um pouco sobre cada
uma (lembrando: são todas feitas como ROTINA, ou seja, o bebê precisando ou
não, ele vai passar por isso) e sobre as indicações reais para o uso de cada
uma.
NASCEU…
1. Corte imediato (ou precoce) do
cordão umbilical
Geralmente, o cordão umbilical é
cortado no primeiro minuto após o nascimento. Alguns obstetras o cortam
imediatamente após o corpo do bebê sair pelo canal do parto, com menos de 10
segundos de vida. 1. Corte imediato (ou precoce) do cordão umbilical é
o primeiro procedimento desnecessário e prejudicial pelo qual os bebês passam
rotineiramente nos hospitais. Os obstetras que o fazem alegam que o contato com
o sangue da mãe pode levar ao desenvolvimento da icterícia (doença que causa um
tom amarelado na pele do recém-nascido). Porém, as pesquisas recentes
demonstraram que a pausa para efetuar o corte do cordão não eleva nenhum risco
de saúde para mãe ou o bebê,ao contrário, trás somente benefícios. A icterícia
costuma desaparecer naturalmente e também é comum casos de icterícia mesmo em
bebês que nasceram por cesárea (o cordão é cortado imediatamente) e naqueles
que tiveram o cordão clampeado no primeiro minuto de vida.
Os estudos compararam o efeito do
clampeamento do cordão umbilical precocemente (como é feito de rotina) versus o
tardio (somente após o cordão parar de pulsar) em termos de efeito neonatais
relacionados, sobretudo, aos estoques de ferro e anemia 4 meses após o
nascimento. Os estudos demonstraram que o clampeamento tardio do cordão
umbilical resulta em maiores estoques de ferro nas crianças de 4 meses de idade
e menor prevalência de anemia neonatal. A carência de ferro pode acarretar,
além de fraqueza muscular e batimentos cardíacos acelerados, problemas
significativos no desenvolvimento neurológico da criança, podendo causar
inclusive danos permanentes. A simples realização da ligadura tardia do cordão
no momento do parto (ou na cesariana) pode beneficiar milhares de crianças,
inclusive o SEU BEBÊ.
É importante lembrar que todo o
sangue do cordão umbilical é do bebê, não circula sangue materno no cordão
umbilical. Quando o cordão é cortado precocemente (quando ainda está pulsando,
ou seja, ainda está transferindo sangue para o bebê) o bebê é privado de até
40% do SEU PRÓPRIO SANGUE. Se o cordão permanece ali, intacto, ligado ao bebê e
a placenta ele vai continuar a transferir todo o sangue do bebê para ele e vai
aos poucos parando de pulsar, quando o bebê tiver recebido 100% do seu sangue,
o cordão fica “murcho”, para de pulsar, e pode ser cortado sem trazer nenhum
dano ao bebê.
Além disso, o bebê capta oxigênio
utilizando os pulmões pela primeira vez no momento que nasce e inspira o ar
(até então todo o oxigênio vinha através do cordão umbilical). Não cortar o
cordão precocemente permite que o bebê continue a receber oxigênio do cordão
umbilical, dessa forma ele tem a chance de aprender a respirar aos poucos, sem
um corte abrupto.
Bom, mas vamos voltar para a
“realidade obstétrica” do nosso país e continuar a falar sobre o que fazem com nossos
bebês.
Após ter o cordão cortado
imediatamente, o bebê é levado para uma mesa onde todos os outros procedimentos
de rotina serão realizados. Algumas equipes mostram “rapidamente” (tipo, 3
segundos) o bebê para a mãe antes disso.
2. Aspiração
das vias aéreas
O procedimento de aspiração
rotineira para remover secreções das vias orais e nasais do RN tem uma
utilidade um tanto duvidosa. Segundo os pediatras que o fazem os possíveis
benefícios são a melhora da troca gasosa e redução da possibilidade de aspirar
secreções. O que eles não contam é que os potenciais riscos da pratica incluem
arritmias cardíacas, laringoespasmo (oclusão da glote devido à contração dos
músculos da laringe), e vasoespasmo da artéria pulmonar. A grande maioria dos bebês nasce bem e não precisam ser aspirados.
Eles são perfeitamente capazes de limpar suas próprias vias aéreas (tossindo,
espirrando). Além disso, os bebês que
nascem por parto vaginal, ao passar pelo canal de parto, os pulmões do bebê são
massageados, provocando a expulsão natural dos líquidos. A aspiração, tanto
a orotraqueal (pela boca) quanto a nasotraqueal (pelo nariz) causam muito
desconforto para o bebê, basta que você imagine um cateter (sonda) sendo
enfiado no seu nariz e indo até a sua traqueia, “aspirando” tudo que tiver lá e
depois sendo puxado para fora novamente. Agora, imagine passar por esse
procedimento no seu primeiro minuto de vida, após sair de um ambiente
quentinho, escuro, protegido. Sem dúvida não é uma boa maneira de se chegar ao
mundo, né?
E se o procedimento for
necessário? Nesses casos devem-se utilizar peras de aspiração ao invés de
cateteres, dessa forma é menos provável que aconteçam arritmias.
3. Aspiração
Gástrica
A prática de aspiração gástrica
rotineira foi introduzida após uma sugestão não-testada, de que a angústia
respiratória de lactentes de mães diabéticas frequentemente era causada por
regurgitação e, sendo assim, a aspiração desse vômito poderia ser evitada por
aspiração gástrica. A introdução do tubo no bebê recém-nascido pode causar
bradicardia, laringoespasmo e pertubação do comportamento alimentar. Não existe nenhuma justificativa para a
realização da aspiração gástrica rotineira. Porém, o procedimento continua a
ser realizado todos os dias em diversos hospitais públicos e privados do
país. Uma pesquisa baseou-se em prontuários de 277 recém-nascidos que nasceram
de gestações de baixo risco e foram considerados vigorosos (ou seja, nasceram
muito bem, obrigada!) no ano de 2006 em dois diferentes hospitais do país, constatou-se
que a aspiração gástrica foi feita em 94% e 86% dos bebês, respectivamente,
enquanto a aspiração de vias aéreas ocorreu em 96% e 91% dos recém-nascidos.
Portanto, mães e pais, não fiquem aí pensando que é “exagero, não devem fazer
isso em todos!!”
4. Credé –
Aplicação do Colírio de Nitrato de Prata
Esse procedimento consiste em
pingar uma gota de colírio de nitrato de prata em cada olho do recém-nascido de
forma rotineira. Esse procedimento foi introduzido em 1881, para o controle da
oftalmia gonocócica do recém-nascido (uma espécie de conjuntivite bastante
grave, que é contraída no momento do nascimento, a partir do contato com
secreções genitais maternas contaminadas com a bactéria), que era comum naquela
época. O procedimento então passou a ser utilizado em todos os hospitais e
continua sendo assim até hoje. A questão é que, bebês que nascem por cesariana,
por exemplo, não passaram pelo canal vaginal, portanto, não tem chances de
adquirir a doença. Alguém, por favor, me explica, POR QUE ELES TAMBÉM RECEBEM O
COLÍRIO ROTINEIRAMENTE? (minha filha recebeu e nasceu por cirurgia cesariana!)
E tem mais, o colírio de nitrato de prata resulta em um alto índice de
conjuntivite química e é ineficaz contra a Chlamydia (que em muitas regiões é a
causa mais comum de oftalmia neonatal atualmente). Além disso, medicamentos
tópicos aplicados aos olhos dos recém-nascidos podem reduzir a abertura ocular
e inibir respostas visuais. Isso pode atrapalhar a interação visual entre a mãe
e o bebê durante a primeira hora de vida. Infelizmente, o colírio de nitrato de
prata (Credé) é recomendado (ainda) pelo Ministério da Saúde, e alguns estados
têm legislação específica para o seu uso, mas ninguém pode ser OBRIGADO a
deixar seu RN ser submetido a esse método ultrapassado que não previne a
oftalmia por clamídia e ainda promove conjuntivite química. É absurdo. O que se
pode fazer é solicitar ao obstetra (no caso de não ser um obstetra humanizado)
que faça a cultura andovaginal para gonorreia durante o pré-natal. Com o
resultado negativo em mãos, é possível argumentar com o pediatra durante a
consulta pré-natal e exigir que seu bebê NÃO receba o colírio. Se o uso for
necessário, o colírio de nitrato de prata pode ser substituído pela
eritromicina, que previne tanto a oftalmia gonocócica quanto a por clamídia, ou
seja, é mais eficaz. Além disso, mesmo que seja necessário o uso do colírio ele
pode ser aplicado 1h após o nascimento do bebê. A primeira hora de vida do bebê
não deve ser perturbada, mãe e bebê devem ser deixados em paz.
5. Vitamina
K
A administração de vitamina K nos
recém-nascidos é uma forma de profilaxia contra a doença hemorrágica do recém nascido.
Na década de 50 (antes da vitamina K começar a ser utilizada de forma
profilática) aproximadamente 4 a cada 1.000 nascidos apresentavam a doença. Até
o presente momento, preconiza-se a administração de vitamina K em todas as
crianças, pois as consequencias desta hemorragia podem ser graves, justificando
uma ação preventiva eficaz. A administração de Vitamina K é realizada nos
hospitais através de uma injeção intramuscular na coxa do RN. Apesar de eficaz,
esse procedimento é invasivo e muito doloroso. Podem-se obter índices
semelhantes de proteção contra a doença administrando a vitamina K via oral, em
doses repetidas (no dia do nascimento, e após 1 ou 2 semanas de vida). Deve ser
ressaltado que os recém-nascidos com maior risco para doença hemorrágica, a
saber, prematuros com baixo peso ao nascimento, com complicações perinatais,
filhos de mães que usaram anti-convulsionantes, anticoagulantes e tuberculostáticos
na gestação, devem receber a profilaxia na forma intramuscular. Ou seja,
lactentes de alto risco devem receber a vitamina K via intramuscular. E
lactentes de baixo risco (bebês a termo, saudáveis, sem nenhuma complicação)
podem receber a vitamina K via oral. O uso dessa forma de profilaxia exige que
os pais se responsabilizem pela conclusão do tratamento, administrando as
outras doses via oral em casa, no tempo estabelecido. Leia, pergunte, pesquise
e converse com o pediatra. Sim, você tem opção!
6. Separação
Mãe-Bebê. Tempo de “observação” no berçário (incubadora).
Na maioria dos hospitais em nosso
país, os bebês depois de passarem por todos os procedimentos de rotina já
listados acima, são apresentados a mãe (é nessa hora que geralmente os pais
tiram as fotos em família) e já vão para o berçário, onde são pesados, medidos,
muitas vezes já dão até banho e depois ficam em “observação” (mesmo nascendo
perfeitamente saudáveis) por X horas estipuladas no protocolo de cada hospital
(já vi hospitais que deixam 2 horas, 3 horas, até 12 horas!). O bebê é deixado
em berço aquecido ou incubadora, sozinho, em um “mundo estranho”... apenas por
rotina! A minha filha ficou 3 horas no berçário, enquanto isso, eu pedia para
que meus parentes fossem até o berçário e tirassem fotos dela através do vidro,
e trouxessem para eu ver, para eu saber como era, como estava, onde estava. E o
pior dessa separação, é que muitos hospitais introduzem as fórmulas enquanto os
bebês estão no berçário, prejudicando o aleitamento materno e a saúde do bebê
(foi o caso da minha filha, tomou NAN ainda no hospital). O Ministério da Saúde
e a Organização Mundial da Saúde enfatizam cada vez mais a importância do
contato pele a pele assim que o bebê nasce, e a amamentação imediata, além do
alojamento conjunto durante todo o tempo. Não há nenhuma necessidade em levar o
bebê para o berçário e deixá-lo horas lá.
Bom, é isso. Essas são as
intervenções de rotina praticadas em todas as maternidades do país. Existem
ainda algumas outras como “banho de luz”, exame de sangue... que alguns
hospitais fazem rotineiramente, mas não são todos.
E depois de aproximadamente 4h, você,
finalmente, recebe o bebê limpinho, cheiroso, de fraldinha e roupinha, dormindo
em um bercinho, que é colocado ao lado da sua cama, no quarto do hospital.
É assim que você quer que seu
bebê seja recebido? É assim que você quer que ele conheça o mundo, depois de
tanto tempo de gestação, de proteção dentro do útero? De sonhos e desejos para
oferecer sempre o melhor a ele/ela?
Informem-se mulheres, mães, pais! Corram atrás, o bebê é de vocês,
é direito de vocês saber tudo que será feito, porque será feito, e recusar
qualquer procedimento que você não concorda! Eu fico muito triste em saber que
a minha filha passou por todas essas intervenções desnecessariamente.
Eu não tinha conhecimento, eu não tinha essas informações. Eu nem
ao menos sabia que ela tinha passado por tudo isso enquanto esperava para
conhecê-la! O que me disseram foi “levaram para limpar e todas as outras coisas
e já lhe trazem”. Eu só vi os absurdos quando peguei a máquina fotográfica,
horas após o nascimento e vi as imagens. Mesmo assim eu não sabia o que era
aquilo tudo e porque tinha sido feito. Hoje eu sei. Agora tenho informação. E
eu não permitirei de forma alguma que isso aconteça ao meu próximo filho.
Passo a informação a diante, para que você também não permita!
7. Banho nos
primeiros minutos de vida
Segundo o Departamento de Neonatologia da SBP, o primeiro banho do
recém-nascido, no hospital, deve ser retardado até haver estabilidade dos
sinais vitais. Não é preciso dar banho imediatamente após o nascimento e o
vérnix caseoso (a camada de gordura que recobre a pele do recém-nascido) não
deve ser removido. Recomenda-se que a remoção do vérnix que não foi reabsorvido
pelo organismo seja feita somente 24 horas após o nascimento.
Vérnix é um material gorduroso branco encontrado sobre a pele do
bebê logo após o nascimento, que se forma pelo acúmulo de secreção das
glândulas sebáceas e inclui células epiteliais e lanugem, atua como um creme
evanescente que penetra nos poros ou é eliminado pelo contacto com as roupas.
Quando damos banho a um bebé-recém nascido estamos a tirar-lhe o MELHOR CREME do mundo, o vérnix que:
Quando damos banho a um bebé-recém nascido estamos a tirar-lhe o MELHOR CREME do mundo, o vérnix que:
1. Atua como uma barreira contra a perda de água - Devido ao
seu alto teor de água, o vérnix, atua como um agente de hidratação. A
comparação com vários produtos para cuidados da pele mostrou que o vérnix tem
uma maior capacidade de retenção de água, tem propriedades hidratantes e
aumenta a plasticidade da pele do bebé. É o melhor creme para as necessidades
da pele do recém-nascido!
2. É uma defesa natural contra possíveis infecções - Um
estudo bioquímico observou que o vérnix atuar como uma barreira mecânica contra
infecções bacterianas, e inibe o crescimento de bactérias, protegendo a pele do
bebé.
3. Ajuda na Formação do manto ácido - No nascimento, o pH da
superfície da pele é praticamente neutro (6,5). Aos poucos vai-se tornando mais
ácidos. O pH da pele atinge 5,5, um nível ligeiramente ácido necessária para a
defesa da pele, inibindo assim o crescimento de bactérias patogênicas. A
acidificação também mantém a integridade da barreira epidérmica.
O desenvolvimento do manto ácido leva 2-8 semanas, dependendo da
idade gestacional do bebê, mas pode demorar mais em áreas que estão sempre
cobertas, como a zona da fralda. Sabemos que deixar o vérnix na pele dos
recém-nascido ajuda à formação do manto ácido.
As diretrizes da Organização Mundial da Saúde para os cuidados com
o recém nascido, vão no sentido de que o vérnix não deve ser removido da pele e
o banho deve ser adiada por, pelo menos, seis horas após o nascimento.
4. Contém melanina – que protege contra a radiação
ultravioleta da luz solar.
5. Possui propriedades de cura – Foi observado que o vérnix
contribui para a regeneração da pele. As suas propriedades de cura estão a ser
estudadas para o tratamento de pacientes adultos com úlceras nos membros
inferiores ou em feridas perineais após o parto. Também tem sido usado em pele
com dermatite atópica, contra infecções bacterianas e no tratamento de
pacientes com queimaduras.
Portanto, o vérnix não é apenas importante para o recém-nascido,
mas é um biomaterial natural de interesse para a ciência cosmética e outras
disciplinas. A indústria cosmética e farmacêutica tem procurado criar
preparações sintéticas que tentam reproduzir as propriedades deste “creme
milagroso”. Os nossos filhos têm a sorte de ter nascido com este creme … Será
que faz sentido privá-los do melhor produto para sua pele … que, é
gratuito?
Atendimento ao Recém Nascido
Assista ao vídeo
Autor: Luciana Fernandes *Fonte: Parir e Nascer
Autor: Catarina Pardal *Fonte: Gestante Vita
Referências:
1.Berger,
H., Clinical examination of the newborn infant
2. Tyson, J., Silverman, W. and Reisch, J., Immediate care of the newborn
infant.
3. von Kries, R. (1998) Neonatal vitamin K prophylaxis: the Gordian knot still awais untying, BMJ, 316, 161-2. 4. von Kries, R. (1993). Neonatal vitamin K prophylaxis. Report on Scientific and Standardization Subcommittee on Perinatal Haemostasis. Thromb. Haemostas., 69, 293-5. 5. Puckett, R.M and Offringa, M., Vitamin K for preventing haomorrhagic disease in newborn infants [protocol]. 6. Anderson G, Moore E, Hepworth J, Bergman. N. Early skin-to-skin contact for mothers and their healthy newborn infants. Cochrane Database Syst Rev 2003;(2):CD003519. 7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Manual técnico. Série A: Normas e manuais técnicos. Série Direitos sexuais e reprodutivos – Cad. 5. Brasília; 2005. 8. Monteiro CA, Szarfarc SC, Mondini L. Tendência secular da anemia na infância na cidade de São Paulo (1984-1996). Rev Saude Publica. 2000;34:62-72. 9. Osório MM, Lira PI, Ashworth A. Factors associated with Hb concentration in children aged 6-59 months in the State of Pernambuco, Brazil. Br J Nutr. 2004; 91:307-14. 10. van Rheenen P, Brabin BJ. Late umbilical cordclamping as an intervention for reducing iron deficiency anaemia in term infants in developing and industrialised countries: A systematic review. Ann Trop Paediatr 2004;24:3–16. |
Dói em mim... :\
ResponderExcluirmostrou para o maridão? Acho que ele também precisa saber desses procedimentos e decidirem juntos o que é necessário e o que não é para o bebe de vocês.
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