Entendendo o Trabalho de Parto e cada uma das suas fases

Reconheça cada uma das etapas do momento de dar à luz e algumas sugestões para lidar com o desconforto da dor


O sentimento de insegurança ou até o medo do trabalho de parto são muito comuns. Afinal de contas, é uma situação desconhecida e cercada de mitos. Por isso gera tantas dúvidas. A melhor forma de se preparar para um parto ou uma gestação, independente da sua escolha, é buscar informação, conhecer a fisiologia da mulher e o que acontece com o seu corpo no momento do trabalho de parto.
O trabalho de parto é um processo natural e deve ser visto com tranquilidade, já que tudo o que o envolve é essencial para a saúde, o bem estar e o vínculo entre a mãe e seu bebê.

A ocitocina ou hormônio do amor, quando liberada naturalmente pelo nosso corpo tem muitas funções. Além de promover contrações uterinas, ajuda na formação do vínculo entre mãe e bebê.
O trabalho de parto a termo (quando o bebê está pronto para nascer) pode acontecer entre a 37ª e a 42ª semana de gestação e cada mulher passa por uma experiência diferente. “Meu trabalho de parto durou cerca de 8 horas”, conta Anita de Souza, mãe de Sarah, de 3 anos. Mas também pode durar dias ou apenas alguns minutos, como aconteceu no segundo parto de Thielly Soengas Manias, mãe de Miguel, 4 anos, e Marcos, 2.
“Meu segundo parto teve duração total de 34 minutos e a fase mais difícil foi quando apareceram as cãibras no quadril quando ele coroou”, lembra Thielly, sobre o momento em que a cabeça do bebê se posiciona na entrada da vagina e já começa a aparecer. Thielly contou com a ajuda de uma equipe humanizada para encontrar a posição mais confortável para Marcos nascer.
Como o melhor caminho para diminuir a ansiedade a respeito do desconhecido é a preparação através de informações, veremos a seguir um resumo das fases do trabalho. Muitas delas posem ser encontradas, com mais detalhes, no livro "Parto Ativo":
1. Pródromos: são pequenos sinais que mostram que o corpo da mãe e do bebê estão se preparando para o início do trabalho de parto. Essa fase pode demorar semanas e é caracterizada pela presença de contrações uterinas sem ritmo e de intensidade variada.
A gestante pode observar a saída do tampão mucoso, que é uma secreção gelatinosa que fica no colo do útero e pode sair com um pouquinho de sangue. Mas sem motivos de preocupações, que fique claro.
Nessa fase, é comum sentir dor nas costas e no períneo (músculos, tecidos e ligamentos que sustentam os órgãos pélvicos) que podem ser melhoradas com massagem e algumas reboladas sobre a bola suíça (a de pilates), por exemplo.
2. Fase latente: é quando começa o processo de dilatação do colo do útero e as contrações tornam-se regulares, apesar de serem curtas (entre 30 e 60 segundos de duração). Não é necessário sair correndo para o hospital. As dores estão suportáveis e um banho quente pode ajudar a relaxar. Alimente-se e procure descansar para ter forças para as próximas etapas.
3. Fase ativa: aqui, as contrações têm intervalo entre 5 e 3 minutos e duram cerca de 60 segundos. Você pode sentir dor na região lombar e no pé da barriga e verá que começa a ficar complicado pensar e conversar durante as contrações.
Caminhe entre elas e, quando elas aparecerem, agache de cócoras, rebole sobra a bola suíça ou peça massagem na região lombar. Esse é o melhor momento para ir para a maternidade. Lá você pode utilizar o chuveiro ou a banheira para diminuir a intensidade das dores.
4. Transição: essa é a última fase do processo de dilatação do colo do útero. Nela, as contrações são mais longas (podem durar até 90 segundos), intensas e com intervalos menores. Você vai preferir ficar quietinha e pode não querer responder se alguém quiser conversar.
Mas a transição é uma fase curta e a intensidade da dor pode ser amenizada com compressas quentes no pé da barriga e na região lombar, massagens e pressão na cintura. Peça para seu acompanhante colocar uma mão em cada lado do seu quadril e pressioná-lo com força. Nesse momento uma banheira com água morna também pode ajudar muito. É na transição que a gestante que optar pela anestesia poderá solicitá-la. 
5. Expulsivo: as dores intensas e frequentes desaparecem e as contrações surgem com intervalos maiores e trazem uma vontade intensa de fazer força. Encontre a posição que achar mais confortável para permanecer nessa fase, que pode durar até 3 horas. É nesse momento que o bebê coroa e começa a sair pela vagina. Nessa hora você pode sentir o chamado “círculo de fogo”, uma sensação de ardência na vagina que logo cessa. 
Faça força apenas quando sentir vontade e com calma para não lacerar seu períneo.
6. Dequitação da placenta: seu bebê já nasceu e deve estar no seu colo, recebendo o seu calor enquanto vocês se apaixonam em uma linda troca de olhares. Mas ainda é necessário esperar a placenta sair naturalmente (tracioná-la com as mãos não é indicado, pois alguns pedaços podem ficar dentro do útero, precisando de curetagem para retirá-los) e isso acontece entre 5 e 30 minutos depois do nascimento do bebê. Você poderá voltar a sentir algumas contrações para eliminá-la.
Uma ótima forma de ajudar na saída da placenta é iniciar a primeira mamada do bebê, para que seu corpo produza mais ocitocina e promova essa expulsão natural. No fim, o obstetra verifica o seu períneo para checar a necessidade de sutura no caso de alguma pequena laceração. 

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